segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Planeta dos Macacos - A Origem


O Planeta dos Macacos - A Origem (Rise of the Planet of the Apes, EUA, 2011) Direção de Rupert Wyatt. Com Andy Serkis, James Franco, Freida Pinto, John Lithgow, David Oyelowo, Brian Cox, Tom Felton, Tyler Labine, David Hewlett, Sonja Bennett , Jamie Harris, Leah Gibson.


Renato Cordeiro

De modo geral, as publicações voltadas ao cinema elogiam há tempos a performance do ator Andy Serkis que, munido de admirável expressão corporal, deu vida a personagens criados através da técnica de captura de movimento, a exemplo de Gollum, da saga O Senhor dos Anéis. Mas, curiosamente, o trabalho do intérprete ainda é visto como algo menor, e poucas fichas técnicas divulgadas em publicações voltadas ao cinema vão citá-lo entre os primeiros nomes do elenco. Na verdade, este é o lugar que ele merece, ao menos, em O Planeta dos Macacos - A Origem. Na pele e pêlos de César, Serkis, amparado por ótimos efeitos especiais, consegue transmitir toda a crescente frustração que toma conta do futuro líder da rebelião de símios.

Vários exemplares da ficção científica tomaram o princípio do homem como inimigo como elemento central da narrativa, sendo Avatar e Distrito 9 exemplos contemporâneos. É bem verdade que este prequel do filme estrelado por Charlton Heston em 1968 também mostra o ser humano como vítima da própria ganância. O longametragem acompanha a busca de Will Rodman por uma cura para o Alzheimer, doença que se apodera do pai do cientista. Mas apesar do drama do personagem vivido por James Franco, o foco da trama são mesmo os desdobramentos das experiências no símio César, que tem inteligência espantosa e a utiliza para se rebelar contra a sociedade que o oprime. A crueldade do ser humano acabará levando-o a executar um audacioso plano para viver em paz entre os iguais.

Spoilers à parte, O Planeta dos Macacos - A Origem conta com algo que pouco se vê nos filmes contemporâneos: um bom clímax. A batalha entre humanos e símios na ponte Golden Gate de San Francisco mantém a atenção do espectador graças a uma feliz combinação de fatores. A direção e edição se articulam de forma econômica, lidando com a ação que se passa embaixo e em cima da construção, além do que ocorre dentro de um helicóptero. Como é de se esperar de produções abastadas, os efeitos especiais são de primeira linha, com destaque para a técnica de captura de movimento executada de forma meticulosa, com cada tipo de animal correndo de um modo específico. Por fim, o carisma de César faz o público torcer pelo protagonista e a vilania humana, que lhe cai como uma luva, leva o espectador a torcer contra os seus pares. Sem momentos brilhantes e contando com um roteiro que é apenas correto, o longa não chega a ser uma obraprima, mas diverte e sinaliza um bom recomeço para a franquia.

Nota: 7,0 (de dez)










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