quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Casa de Cinema dá adeus


Renato Cordeiro

Mais uma locadora - das boas - fecha as portas em Salvador. A Casa de Cinema está se desfazendo do acervo. O estabelecimento funcionava há anos no Rio Vermelho como uma opção para quem buscava filmes clássicos e cults. Apostou na segmentação, mas mesmo assim encerra as atividades. A GPW, na Pituba, e a Stax, na Barra, também não resistiram e saíram do mercado neste ano.

Parece inevitável que este seja o caminho para as locadoras, em tempos de internet e pirataria abundante, associados às TV's por assinatura e agora as locadoras virtuais como Netflix e Netmovies. Particularmente, mesmo com as facilidades de acesso aos filmes pela rede, que conheço bem, continuo locando filmes com certa regularidade, quase como uma espécie de militância de andorinha solitária para que estabelecimentos deste tipo se mantenham em pé. Até por que, convenhamos, não é tão fácil achar clássicos e cults na internet, onde a má qualidade de imagem e problemas de legendas são mais comuns do que o cinéfilo pode aceitar.

Resta saber, então, como reinventar o negócio e, sobretudo, fidelizar o cliente. Caberia à locadora funcionar como cineclube, com anuidade, exibição periódica de filmes, segmentação? Apostar na diversificação de produtos, vendendo livros, revistas, artigos associados ao cinema? Talvez. A arte pela arte já não vale mais para manter o negócio. Não basta ter um grande acervo disponível. Vender a experiência que vem com a partilha do filme, a criação de redes de cinéfilos, uma relação de pertencimento, isso sim, parece ser o pulo do gato.



Para mais informações sobre algumas boas locadoras que ainda restam em Salvador, clique aqui.
Para ler texto de Daniel Fróes sobre o film da GPW, clique aqui.








terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Movies in Lego




Uma reunião de cenas clássicas da sétima arte em versões Lego. As imagens incluem 2001 - Uma Odisséia No Espaço, Beleza Americana, Pulp Fiction e O Exorcista. Para visualizar, clique aqui.










segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Noite de Ano Novo


Noite de Ano Novo (New Year's Eve, EUA, 2011). Direção de Garry Marshall. Com Hilary Swank, Katherine Heigl, Jon Bon Jovi, Michelle Pfeiffer, Zac Efron, Robert De Niro, Halle Berry, Ashton Kutcher, Lea Michele, Jessica Biel, Seth Meyers, Sarah Paulson, Til Schweiger, Sarah Jessica Parker, Abigail Breslin, Josh Duhamel, Ludacris, Hector Elizondo, Sofía Vergara, Carla Gugino, Cary Elwes, Alyssa Milano, Common, James Belushi, Matthew Broderick, Penny Marshall.


Renato Cordeiro

Se você é do tipo que julga o filme pelo que pode ler no pôster, vale a pena refletir um pouco mais sobre o que pode esperar de certas produções, como este longametragem de Garry Marshall. O diretor é o mesmo do divertido Uma Linda Mulher, mas também assinou o criticado Idas e Vindas do Amor, que tem parentesco direto com este Noite de Ano Novo. São comédias românticas que colam diversas tramas paralelas, categoria que tem o inglês Simplesmente Amor entre os poucos exemplares que se salvam. E se o elenco é estrelado, vale perceber que a maior parte dos atores se divide entre astros recentes, como Til Schweiger e Abigail Breslin, e aqueles que, mesmo premiados, comprovam que não estão nos momentos mais brilhantes das carreiras, como Robert De Niro e Halle Berry.

É claro, um filme não é feito de referências. Com todos os componentes supracitados, Noite de Ano Novo poderia ainda ser um grande trabalho, contrariando todas as expectativas. Mas, como vem ocorrendo constantemente na Terra do Tio Sam, falta a esta obra uma boa razão pra existir. A produção aposta em fórmulas e falha miseravelmente em cada uma delas. Para começar, se a escolha do elenco parece apelativa, não é por acaso. Vamos tomar como exemplo o par vivido por Ashton Kutcher, que dava uma pausa na série Two and a Half Man, e Lea Michelle, uma das atrizes-cantoras de Glee. Pelo histórico de personagens já vividos pelos atores, espera-se que Kutcher seja um sujeito excêntrico e Michelle, algo que, por um motivo qualquer, canta. Dito e mal feito. Nem eles nem os colegas de elenco conseguem papéis que acrescentem algo de novo aos respectivos repertórios.

E se em certos filmes que costuram tramas paralelas podemos perceber uma ou duas histórias interessantes, o longa de Marshall não conta com sequer um momento que escape do medíocre, do previsível, do piegas. Talvez uma parte do problema esteja no discurso de renovação e redenção associado à virada do ano, uma premissa que, ao ser levada às últimas consequências pelo roteiro, amarra cada história em um desenvolvimento forçado, capaz até de esfriar duas surpresas que o longa reserva no terço final, envolvendo os destinos de quatro personagens.


Nota: 4,0 (de dez)