sexta-feira, 16 de março de 2012

Prometheus TED

Ótima sacada. O novo filme de Ridley Scott, Prometheus, que marca a volta do cineasta ao universo de Alien, ganhou um vídeo viral que simula uma palestra em uma das consagradas conferências TED. O expositor é ninguém menos que Paul Weiland, empresário que é um dos personagens do filme. O discurso é aquele típico da sci-fi: o homem que busca superar os limites e favorecer um novo passo a ser dado pela humanidade. Pearce carrega um tanto demais na interpretação, mas até que pode funcionar.














quinta-feira, 15 de março de 2012

O Poderoso Chefão - 40 Anos




Há 40 anos, chegava aos cinemas um monumento da sétima arte. O Poderoso Chefão é um daqueles casos de obra perfeita nos elementos constituintes. Direção, elenco, trama, fotografia, trilha sonora, tudo tem excelência. Se é possível destacar apenas uma única coisa entre tanta beleza, do comando excepcional de Copolla à música imortal de Nino Rota, este cinéfilo ficaria com a assombrosa interpretação de Marlon Brando. O vídeo acima dispensa comentários.

Embora eu procure evitar adjetivar demais o texto, há de se fazer exceções de vez em quando.













quarta-feira, 14 de março de 2012

2º Festival de Cinema Universitário da Bahia


Começa nesta quinta-feira, dia 15, a segunda edição do Festival de Cinema Universitário da Bahia. O evento tem sede em Salvador e reúne 10 curtas na mostra competitiva e outros 40 na informativa. A abertura, no Cine Cena Unijorge, terá uma homenagem ao cineasta baiano Sérgio Machado, diretor de Cidade Baixa e Quincas Berro D'Água.

Mas detalhes aqui.










terça-feira, 13 de março de 2012

Entre os Muros da Escola


Entre os Muros da Escola (Entre les murs, França, 2008). Direção de Laurent Cantet. Com François Bégaudeau, Agame Malembo-Emene, Angélica Sancio, Arthur Fogel, Boubacar Toure.

Renato Cordeiro

Entre os Muros da Escola é um excelente retrato dos desafios atuais da educação. A ação se passa na França, mas as angústias em cena poderiam facilmente ocorrer no Brasil e outros países. Os muros da escola são porosos, não podem impedir que a sala de aula se torne o microcosmo de uma sociedade doente. Quem está acostumado aos filmes que fazem parecer fácil a missão dos educadores vai perceber aqui um quadro mais complexo e pouco convidativo a um final feliz.

François Marin leciona francês em uma classe que parece o pesadelo de qualquer professor: há estudantes indisciplinados, desmotivados e marcados pelas tensões sociais, com destaque para aquelas de natureza étnica. Marroquinos, asiáticos e franceses têm as diferenças expostas no dia a dia da classe, por vezes com uma violência que vai além da verbal. Marin acredita ou quer acreditar que pode ter sucesso com os alunos estimulando os conhecimentos e interesses que já possuem e se nega a tentar controlá-los com mão de ferro, talvez até por não saber como fazer isso. Em função da postura adotada, tem de confrontar continuamente com os jovens, que são bem habilidosos em apontar as fragilidades do professor. Apesar de bem intencionado, ele acaba sendo levado gradualmente ao limite, e passa a cometer erros que não serão esquecidos.

O filme não traz tomadas em outras salas, mas através de Marin temos noção das dificuldades dos colegas professores, especialmente nos momentos em que se reúnem para discutir a situação dos estudantes. O filme já começa com os docentes se encontrando para debater o ano letivo e se apresentar uns aos outros. Em poucos segundos de fala de cada veterano, é notório que os sorrisos amarelos de canto de boca refletem um constrangimento que não está ligado apenas à vergonha de um momento de exposição, mas se refere também ao leve desespero de quem sabe o que vai enfrentar nos próximos meses.

A câmera na mão e a ausência de trilha sonora ajudam a conferir realismo ao longametragem, que também se vale de diálogos muito eficientes. Nos embates entre Merin e os estudantes, as falas simples mostram o professor tentando recuperar a imagem desgastada, enquanto os alunos parecem fazer do desafio à atutoridade um esporte. Já as discussões entre os educadores revelam questões difíceis de resolver. Qual o momento em que é preciso abandonar um jovem? Qual culpa caberá a ele neste processo? Qual a medida certa do reconhecimento que se pode dar a um estudante frente às expectativas nele depositadas? As atuações também chamam a atenção. Quase todos os personagens compartilham do mesmo nome dos intérpretes, a exceção do problemático Soulemayne, vivido por Franck Keita, cuja gestualística é simplesmente perfeita.

Nota: 8,0 (de dez)










segunda-feira, 12 de março de 2012

20 Pôsteres Ilustrados


Um site reuniu 20 pôsteres que lembram um costume marcante do cinema "de antigamente": os cartazes feitos a partir de ilustrações. Na verdade, grande parte de longas antigos tinha a peça publicitária seguindo este padrão, como podemos perceber em algumas produções de Alfred Hitchcock e Orson Welles. Mais adiante, nos anos 80, os pôsteres ilustrados deram as caras quase apenas no cinemão, como no caso de Star Wars, Indiana Jones e Férias Frustradas. Hoje, é opção mais comum em dramas como A Família Savage.

Dica de Camilla Costa. Mais pôsteres aqui.










sábado, 3 de março de 2012

Ensaio Sobre a Cegueira


Ensaio Sobre a Cegueira (Blindness, EUA, 2008). Direção de Fernando Meirelles. Com Julianne Moore, Mark Ruffalo, Alice Braga, Danny Glover, Gael García Bernal, Sandra Oh, Yûsuke Iseya, Jorge Molina, Katherine East, Scott Anderson, Maury Chaykin.


Renato Cordeiro

Ensaio Sobre a Cegueira é bom, enquanto filme. Mas como adaptação do premiado livro de Saramago, é melhor ainda. O diretor Fernando Meirelles comandou uma produção fiel a elementos que fazem da obra o que é. O romance não especifica o local onde a trama se desenrola, uma imprecisão reforçada pelo longametragem através das músicas de diversos países que compõem a trilha sonora, a diversidade de locações (incluindo as cidades de São Paulo e New York), e o anonimato dos personagens. O elenco também é, digamos, multinacional: temos os estadunidenses Juliane Moore, Mark Ruffallo e Danny Glover contracenando com o mexicano Gael García Bernal, a brasileira Alice Braga e o japonês Yusuke Iseya, vivendo o primeiro homem a ser afetado pela inexplicável cegueira que se alastra rapidamente pela população.

O caos e a desorientação são traduzidos por câmeras que saem de foco, enquadram mal e por várias vezes saturam para a máxima luminosidade ou a completa escuridão. São truques responsáveis por intensificar os momentos de tensão do filme, que usa a cegueira para mostrar do que as pessoas são capazes quando vislumbram a expectativa da impunidade. Quando os doentes são presos em um centro de quarentena onde as leis já não se aplicam, Ensaio Sobre a Cegueira faz lembrar o clássico O Homem Invisível, adaptado em 2000 por Paul Verhoeven. Outra referência inevitável são os filmes de George Romero: algumas tomadas de tom mais apocalíptico parecem ter saído diretamente de Madrugada dos Mortos.

Estabelecendo um paralelo com a atuação de Al Pacino em Perfume de Mulher, todos aqui têm o desafio de interpretar cegos que não usam óculos escuros, o que é bem mais difícil. Em Ensaio Sobre a Cegueira, por vezes os atores caem na armadilha de não "olhar" para a direção em que alguém está falando com eles, como se a perda deste reflexo viesse imediatamente para quem acaba de perder a visão. Mas este é apenas um pequeno defeito em um conjunto de boas interpretações, com destaque especial para Juliane Moore. Ela, que vive a única pessoa imune a doença, defende um papel de alta carga dramática e brilha nas poucas oportunidades em que precisa fingir estar contaminada.

Nota: 7,0 (de dez)

(adaptado de texto de 18 de setembro de 2008)