terça-feira, 22 de março de 2011

Bastardos Inglórios


Bastardos Inglórios (Inglourious Basterds, EUA/Alemanha, 2009). Direção de Quentin Tarantino. Com Brad Pitt, Mélanie Laurent, Christoph Waltz, Michael Fassbender, Eli Roth, Diane Kruger, Daniel Brühl, Til Schweiger, Mike Myers.


Renato Cordeiro

Bastardos Inglórios
é o mais intenso Tarantino já feito. O filme costura os velhos cacoetes do diretor de forma visceral, como os diálogos longos e bem afiados, as sequências violentas, a narrativa em capítulos, as referências ao cinema. É ame-o ou deixe-o. Aqui, a autoralidade do cineasta que fez escola depois de Cães de Aluguel e Pulp Fiction é uma constante, mas nunca um fardo. Bastardos Inglórios não é um exercício de estilo, é sua consolidação.

Tarantino, em boa medida, é texto. É impressionante o domínio que ele atingiu sobre essa ferramenta, a ponto de fazer um investimento desmedido no trabalho de atores. O maior beneficiado é Christopher Waltz, interpretando o papel de sua vida em nada menos do que quatro cenas de tirar o fôlego. Através do caçador de judeus Hans Lada, Waltz chega a ter mais destaque do que os personagens-título, até por que está envolvido em todas as tramas paralelas do longa-metragem. O que não significa que não haja bons momentos para um impagável Brad Pitt, na pele do Tenente Aldo Raine, ou de Til Schweiger, como o sinistro Sargento Hugo Stiglitz.

Embora Jackie Brown tenha seus méritos, nada que Tarantino fez depois de Pulp Fiction me agradou tanto. Diferente do filme que pôs Travolta de volta ao jogo, este longa é mais cinemão e foge da auto-referência apontada por Selton Mello. Bastardos Inglórios, em si, é um universo único, que subverte a história e não economiza em caricaturas, seja dos personagens, seja do próprio diretor.

Nota: 9,0 (de dez)

Escrita em 24 de outubro de 2009





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