Balibó (Balibo, Austrália, 2009) Direção de Robert Connolly. Com Anthony LaPaglia, Oscar Isaac, Damon Gameau, Gyton Grantley, Mark Leonard Winter.
Renato Cordeiro
Em 1975, cinco correspondentes de guerra aceitaram o risco de cobrir a sangrenta invasão do Timor Leste pela Indonésia. Mais de 30 anos depois, a busca de um jornalista pelo paradeiro dos chamados "5 de Balibó" chegou às telonas em um filme que, apesar de convencional, é cheio de tensão e utiliza bem alguns elementos consagrados dos thrillers políticos.
Balibó costura duas tramas paralelas. Em uma delas, o longametragem reconstrói os passos da equipe de jovens profissionais empenhada em registrar a invasão iminente das tropas de Jacarta. A fotografia levemente granulada permeia a maior parte das cenas que mostram um misto de entusiasmo e temor que toma conta do grupo. Já a trama principal acompanha a perigosa investigação conduzida pelo repórter freelance Roger East, interpretado pelo ótimo Anthony LaPlagia.
East chega ao Timor Leste acompanhado de José Ramos-Horta, que na época era um guerrilheiro da Fretilin, a Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente. A idéia de Horta era criar uma agência de notícias responsável por divulgar ao mundo as atrocidades que estavam por vir, mas o repórter australiano logo deixou claro que o objetivo principal que o conduzia era encontrar os colegas desaparecidos.
À medida em que o espectador acompanha os passos dos 5 de Balibó, o filme retorna à busca de East, que se dá nos mesmos lugares por onde passaram. Com isso, quanto mais os jornalistas se aproximam do perigo, maior a apreensão do público quanto ao que o destino reserva ao veterano que se empenha em procurá-los. O roteiro parte do princípio de que o espectador, assim como a maioria das pessoas, não conhece o destino das pessoas retratadas na trama e, com isso, vai ter de se contentar em esperar que a história se desenvolva. Poderá roer as unhas no processo.
Nota: 7,0 (de dez)
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