quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Gigantes de Aço


Gigantes de Aço (Real Steel, EUA, 2011). Direção de Shawn Levy. Hugh Jackman, Dakota Goyo, Evangeline Lilly, Anthony Mackie, Kevin Durand, Hope Davis, James Rebhorn, Marco Ruggeri, Karl Yune, Olga Fonda.


Renato Cordeiro

Um pouquinho de ambição faria bem a Gigantes de Aço. O longa é uma daquelas fábulas com mensagem edificante que se esquece depois de algum tempo, para anos depois suscitar uma nostalgia inofensiva quando volta a ser assistida. É até um trabalho divertido e poderia ser um pouco mais do que isso, mas o roteiro preguiçoso não ajuda.

O longametragem é baseado em uma história de Richard Matheson, o mesmo de Eu Sou a Lenda. O trabalho se encaixa bem na linha do que os cinéfilos balzaquianos dos anos 2010 se acostumaram a classificar como Sessão da Tarde, lembrando bastante um clássico da atração televisiva, Falcão, O Campeão dos Campeões, estrelado por Sylvester Stallone. O esquema é o mesmo: depois da morte da mãe, pai e filho que não se conhecem direito vão trocando experiências e se afeiçoando durante viagens de caminhão e o garoto acaba se envolvendo com uma competição a ser encarada pelo adulto. Em vez de uma disputa de quedadebraço, apresentada no filme de 1987, aqui temos o Real Steel, uma espécie de boxe entre robôs.

Desesperado por dinheiro, Charlie Kenton vende a guarda do filho que mal conhece para a tia do menino, que por causa de uma viagem, terá de deixar Max sob guarda do looser por um mês. É claro que é o tempo que eles precisam para acertar as contas e, gradativamente, desenvolver uma relação afetiva que cresce na medida em que fazem sucesso com um antigo robô de sparring que, adaptado para os confrontos, mostra-se uma boa aposta para o desenganado ex-lutador, vivido com o carisma habitual do ator
Hugh Jackman. Dakota Goyo se sai bem como o filho do protagonista, passando longe da performance desastrosa de alguns atores-mirins que só conseguem despertar antipatia do espectador.

Gigantes de Aço é auxiliado por uma direção competente de Shawn Levy, que consegue fazer com que as lutas entre robôs sejam fáceis de acompanhar, evitando um dos principais problemas de Transformers, no qual mal dava para diferenciar quem batia e quem apanhava. Além disso, o músico Danny Elfman entrega uma trilha sonora eficiente, com temas bem diferentes das partituras góticas e corais que se tornaram a zona de conforto do artista responsável por scores de Batman, de Tim Burton, e Homem-Aranha, de Sam Raimi. Elfman carrega em motivos bem próximos dos que são consagrados no mundo do boxe, com destaque para os metais.

A trama é bem forçosa ao empurrar o garoto para o convívio do pai, e posteriormente, mostra-se pouco convincente ao mostrar a relutância do pai em treinar o robô, como pede o filho. Subitamente, depois de se recusar a fazê-lo, Charlie volta atrás na decisão só por que, aparentemente, se interessou em pôr Max em uma situação constrangedora. Outra falha da trama é fazer com que Clenton, até então um perdedor, comece a se mostrar um sujeito esperto e malicioso quando da companhia do filho, quase como se estivesse se revezando entre os papéis de prudente e inconsequente.

Nota: 6,0 (de dez)










Nenhum comentário:

Postar um comentário