quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Mandando Bala


Mandando Bala (Shoot 'Em Up, EUA, 2007). Direção de Michael Davis. COm Clive Owen, Monica Bellucci, Greg Bryk, Paul Giamatti, Chris Jericho, Stephen McHattie, Jane McLean, Daniel Pilon, Ramona Pringle.


Renato Cordeiro

"Cuiuda", no baianês, é um termo usado para criticar uma cena que manda pro espaço alguma regrinha científica. Alguns exemplos são a extensa produção de uma vacina a partir do sangue de um único macaco em Epidemia e os ruídos em pleno vácuo que escutamos em Guerra nas Estrelas. Mas apontar uma cuiuda em um filme, às vezes, é fazer uma cobrança indevida. A cuiuda pode ser parte do espetáculo. É o caso de Mandando Bala, um filme da ação que usa o exagero para fazer chacota de si mesmo.

A história é muito simples: um tal Sr. Smith (Clive Owen) salva um bebê recém-nascido e passa a fugir com ela de assassinos contratados por um homem (Paul Giamatti) disposto a tudo para matá-los. Para ajudar a cuidar da criança, seu mau-humorado benfeitor contará com a ajuda de uma prostituta lactante (Monica Belucci). Tudo o mais que há no roteiro é um monte de desculpas para cenas surreais vividas por personagens caricatos, mas muito funcionais. Giamatti está ótimo como vilão histérico e Owen faz aquele mesmo anti-herói indiferente que o consagrou, anós atrás, com a série de curtas-metragens da BMW.


Mas é na criatividade das cenas de ação que reside o grande mérito de Mandando Bala, que vai além da paródia, sendo também uma obra propositiva, orquestrando seqüências inusitadas, tensas e irreverentes. Torna-se um contraponto para os filmes que procuram se vender meramente pelo número de tiroteios e explosões - e que teve como último exemplar o sofrível Duro de Matar 4.0.

Nota: 7,0 (de dez)

(escrita em 10 de novembro de 2007)










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