segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Os Queridinhos da América


Os Queridinhos da América (America's Sweethearts, EUA, 2001). Direção de Joe Roth. Com Julia Roberts, John Cusack, Billy Crystal, Catherine Zeta-Jones, Hank Azaria, Stanley Tucci, Christopher Walken, Alan Arkin, Seth Green, Scot Zeller, Larry King, Steve Pink, Rainn Wilson, Eric Balfour, Marty Belafsky.


Renato Cordeiro

Sacanear Hollywood é fácil e faz bem. O cinemão pode divertir e eventualmente provocar uma reflexão, mas boa parte do tempo o que se vê são filmes caçaníqueis estrelados por atores em encenação full time, fazendo o ofício servir ao discurso publicitário, vendendo o peixe estragado das mais desprezíveis produções em making offs manjados e entrevistas idem. O terreno é fértil para paródias e é o que faz Os Queridinhos da América, que peca por tornar-se aquilo que critica. É uma produção sem graça que se apóia nas estrelas anunciadas no pôster para vender um produto de qualidade inferior.

O trabalho passa longe dos resultados obtidos por Trovão Tropical, recheado de boas piadas sobre a indústria cinematográfica, e Um Lugar Chamado Notting Hill, que apresenta personagens interessantes e bons diálogos. A metalinguagem deste último, também protagonizado por Julia Roberts, teve mais sucesso na cena em que Hugh Grant se passa por repórter e entrevista o elenco de um blockbuster estrelado pela atriz. Nenhuma cena de Os Queridinhos da América, cujo roteiro é coescrito por Billy Crystal, consegue algo parecido, e em vez disso, costura gags e falas pouco inspiradas protagonizadas por personagens que oscilam entre a caricatura e a pieguice.

O astro vivido por John Cusack é um dos que mais padecem, sendo resumidamente um idiota neurótico e mal amado depois que a esposa, a estrela interpretada por Catherine Zeta-Jones, resolve trocá-lo por um amante latino. A atriz é retratada como uma típica mulher fútil afeita à vida de celebridade, ainda que, insegura, infernize a vida da irmã e assessora pessoal, vivida por Julia Roberts, secretamente apaixonada pelo agora ex-cunhado. Crystal completa o elenco como o produtor que vai usar de todos os meios para promover o novo blockbuster do casal, mesmo depois de ter se separado. Crystal vive um dos piores momentos do longametragem, em uma insólita cena na qual contracena com um cão.

Mantenha distância d'Os Queridinhos da América. Mesmo quem é fã de comédias românticas tem coisa melhor pra fazer do que buscar diversão neste filme esquemático do inexpressivo Joe Roth. O humor é infantil e o romance, batido. É uma pena, considerando o elenco estrelado e o plot que é até interessante.

Nota: 4,0 (de dez)











2 comentários:

  1. Lembro quase nada desde filme, tanto tempo que assisti. Só não o esqueci completamente por um detalhe: foi o primeiro filme que assisti sozinho, completamente sozinho digo, sem nenhum outro espectador na plateia, dentro do cinema, e ainda por cima na sala 01 do Aeroclube, com nada menos que 500 e poucas cadeiras vazias me fazendo companhia.

    Aliás, foi o segundo filme. O primeiro foi Do Fundo do Mar, com Samuel L. Jackson e o tubarão que dá ré, também no Aeroclube, mas na sala 06, menorzinha.

    E o terceiro e último que assisti completamente sozinho, para completar a informação, foi o primeiro Scooby Doo, também no Aeroclube, também na sala 01.

    Bons tempos em que eu ia no cinema pegar a sessão de 14h de segunda-feira.

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  2. Três filmes de qualidade no mínimo questionável, Davi. Vai ver não é por acaso que você estava só.

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