sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne


As Aventuras de Tintim: O Segredo do Licorne
(The Adventures of Tintin: The Secret of the Unicorn, EUA, 2011) Direção de Steven Spielberg. Com Jamie Bell, Andy Serkis, Daniel Craig, Simon Pegg, Nick Frost, Cary Elwes, Toby Jones, Tony Curran, Sebastian Roché, Mackenzie Crook.



Renato Cordeiro

Depois de produzir a bomba Cowboys e Aliens e dirigir o piegas Cavalo de Guerra, Steven Spielberg volta a desperdiçar o talento, desta vez em um longametragem até promissor, já que tem tudo a ver com o memorável início de carreira do cineasta que se notabilizou por aventuras fantásticas. A adaptação dos quadrinhos de Hergé chega a lembrar os filmes de Indiana Jones, com as cenas de ação com humor pastelão, os cenários internacionais e a trama do tipo gincana, que pode ser divertida se não se concentrar em uma sucessão de McGuffins.

Ok, vamos às apresentações. Para quem não conhece, McGuffin é um termo inventado por Alfred Hitchcock para definir aquele objeto ou tarefa que é importante para o protagonista e ajuda a mover a história. Um exemplo muito citado é a mala de conteúdo misterioso a ser recuperada por John Travolta e Samuel L. Jackson em Pulp Fiction. O objeto nem precisa necessariamente ser importante para a trama ou ter muitas explicações, desde que cumpra o papel de manter o personagem na trama. E no caso de Tintin, há, de certa forma, três Mcguffins, que são partes de um mapa do tesouro que ele busca encontrar.

Nada contra a trama gincana, desde que não fique tão em primeiro plano. O que torna Indiana Jones e A Última Cruzada tão divertido não é a procura pelo Cálice Sagrado, mas a relação entre o herói e o pai, uma interação que vai se desenvolvendo em paralelo à busca pela relíquia. E apesar de contar com um bom coadjuvante que faz as vezes de alívio cômico, em Tintin temos a gincana pela gincana, o que pode deixar o espectador sentindo que está sendo jogado de um lado para o outro, sem que nada importante esteja, de fato, avançando.

Do ponto de vista técnico, claro, As Aventuras de Tintim é irrepreensível. Os créditos de abertura, muito bons, lembram bastante o começo de Prenda-Me Se For Capaz. Se trata-se de uma animação com captura de movimentos, até então considerado um termo equivocado pela chamada "Academia de Hollywood", este cinéfilo não entrará na discussão. Mas é fato que as cenas criadas no filme dão vazão ao gênio de Spielberg em criar belas imagens, como a ótima perseguição em uma Marrocos cheia de ladeiras e possibilidades. Bem que a música de John Williams poderia ser mais vibrante.

Nota: 5.0 (de dez)











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