sábado, 23 de abril de 2011

Coisas de Família


Coisas de Família (The Thing About My Folks, EUA, 2005). Direção de Raymond De Felitta. Com Peter Falk, Paul Reiser, Elizabeth Perkins, Olympia Dukakis.


Renato Cordeiro

O veteraníssimo Peter Falk não é tão conhecido pela atuação no cinema, mas sim por trabalhos feitos para a TV desde os anos 50, com destaque para a série setentista Columbo, na qual faz o detetive homônimo. O ator já havia sido homenageado por Win Wenders no filme Asas do Desejo, com uma participação especial interpretando a si próprio. Tempos depois, foi a vez de Paul Reiser, mais conhecido pela série Mad About You, fazer o tributo com o roteiro do longametragem Coisas de Família. O problema é que a trama previsivel limita-se a costurar alguns clichês de dramas e comédias familiares, servindo apenas de suporte para Falk.

É verdade que o ator é carismático e de fato existe uma boa química entre ele e Paul Reiser, que além de escrever a história, dá vida ao filho do protagonista. O começo do filme é até promissor. Peter Falk faz Sam Kleinman, um idoso que aparece subitamente no apartamento do filho, informando que a esposa desapareceu. Enquanto o pai minimiza o sumiço, Ben começa a telefonar para as irmãs, dando início a uma série de diálogos com bom timing cômico. Sem sinal da matriarca, o sujeito acaba aceitando tomar conta do pai, levando-o consigo em uma viagem previamente programada para tentar encontrar uma casa de campo que há tempos pretende comprar. No caminho, os dois iniciam uma inevitável lavagem de roupa suja.

Logo nos primeiros 15 minutos, o espectador é apresentado a uma bela sequência em flashback que chama a atenção pela cena posterior, por causa da inesperada reação do protagonista. Mas a partir daí o que poderia ser um filme que bate de frente com as soluções óbvias acaba não se concretizando. As situações vividas pela dupla chegam até a ser um tanto forçadas, a exemplo das que ocorrem em um bar, em uma constrangedora sequência de eventos que nada acrescentam ao trabalho e só parecem servir para pôr em ação a testosterona dos protagonistas. E sem entragar o fim de Coisas de Família, chama atenção ainda um dos diálogos finais, que parece justificar o status quo que causou os problemas apontados por Ben ainda no inicio da trama. Não deixa de ser um certo cinismo.

Nota: 5,0 (de dez)










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