domingo, 17 de abril de 2011

Return to the Batcave


Return to the Batcave: The Misadventures of Adam and Burt
(EUA, 2003). Direção de Paul A. Kaufman. Com Adam West, Burt Ward, Jack Brewer, Jason Marsden, Lyle Waggoner, Lee Meriwether, Frank Gorshin, Julie Newmar
.


Renato Cordeiro

Quem não gostava da série sessentista de Batman e Robin dificilmente vai dar uma chance para Return to the Batcave. Uma pena, já que o longa feito para a TV consegue até alguma simpatia pelo tom de paródia e algumas boas gags, trazendo os atores Adam West e Burt Ward como eles mesmos, em uma trama cheia de referências à atração que marcou época.

Adam West e Burt Ward são convidados para comparecer ao leilão do batmóvel, que terá os recursos revertidos para uma instituição filantrópica. No meio do evento, o famoso veículo é roubado, dando início a uma busca pelo ladrão, que deixa pistas ligadas ao programa de TV. Na trama paralela, que se passa nos anos sessenta, a dupla é representada por
Jack Brewer e Jason Marsden, escolhidos pelos próprios atores originais. O último, intérprete de Ward, tem uma performance cômica que lembra o sumido Rick Moranis, e se sai ainda melhor, graças às situações impagáveis causadas pela fantasia do Robin. A máscara diminuta limitava drasticamente o uso de dublês, e o short um tanto justo demais criou problemas constrangedores.

Os flashbacks, aliás, são o forte de Return to the Batcave, que aborda os bastidores da atração televisiva, incluindo o escândalo envolvendo uma suposta relação amorosa entre os dois atores. Quem assistia a série quando criança pode até se espantar com o tom confessional. Adam West é apresentado como um garanhão incorrigível que não prima pela inteligência, enquanto Burt Ward é um sujeito atrapalhado de bom coração, mas que não resiste às tentadoras fãs que fazem fila para tentar a sorte com a dupla dinâmica. Só faltou um pouco mais de coragem para abordar a famosa barriga avantajada de West.

Pena que o filme não tenha o mesmo desempenho na trama que se desenrola no "presente". Os atores estão bem à vontade como eles mesmos, a narração e a edição que remetem à série de TV funciona, mas a história vai perdendo força até chegar em um desfecho que exagera no tom pastelão e assume ares de mico coletivo. O problema de parodiar algo que já era uma paródia é justamente perder as estribeiras e pecar pelo excesso.

Nota: 5,0 (de dez)










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