sexta-feira, 15 de abril de 2011

Transformers



Transformers (EUA, 2007). Direção de Michael Bay. Com Shia LaBeouf, Megan Fox, Josh Duhamel, Tyrese Gibson, Rachael Taylor, Anthony Anderson, Jon Voight, John Turturro, Michael O'Neill.


Renato Cordeiro



Não tenho preconceitos quanto a blockbusters, até gosto desses filmes do tipo "desligue o cérebro e seja feliz". Mas depois que vi uma boa quantidade de longas-metragens desse tipo, as exigências foram aumentando. Já não dava pra ser tão complacente com furos de roteiro e atuações inexpressivas. Como os lançamentos são muitos e o dinheiro é pouco, fui me acostumando a limitar meu comparecimento às salas de cinema àquelas situações em que podia apostar na qualidade da estréia da semana. No caso de Transformers, de Michael Bay, o apelo oitentista acabou falando mais alto, e lá fomos eu, que nem gostava tanto do desenho animado que deu origem ao filme. Mesmo com o dedo de Spielberg na produção-executiva, eu esperava apenas um entretenimento meia-boca, com uma ou outra sequência relevante. E foi isso o que eu tive. Mas se minhas expectativas iniciais se concretizaram, então por que fiquei tão chateado na saída do cinema? Resposta: porque Transformers começa bem e poderia ter sido um bom filme.

A primeira metade do longa é dedicada aos personagens humanos, decisão acertada quando levamos em conta o talento de seu jovem ator principal, Shia LeBouf. Com excelente timing cômico, ele interpreta Sam Witwicky, um estudante que ignora ter, entre as relíquias de um antepassado, a pista para a localização de um poderoso artefato. É a busca por este objeto que motiva a chegada de dois grupos de seres robóticos à Terra: os Autobots (os bonzinhos) e os Decepticons (os não tão bonzinhos), ambos com a curiosa capacidade de se transformarem em algum tipo de veículo.

Humor e ação se desenvolvem na medida certa até que, ao fim da primeira metade da projeção, começam a aparecer os problemas. Fica claro que, a partir de certa cena, a participação do personagem de LeBouf torna-se totalmente incoerente, permanecendo na narrativa puramente por que os roteiristas estão forçando a barra. Gasta-se tempo com uma série de personagens secundários que pouco acrescentam à trama, e os combates, que deveriam funcionar como uma redenção a este fraco longa-metragem, acabam por piorar o conjunto: são longos, intensos e confusos demais. Quando dois robôs se engalfinham, torna-se difícil para o espectador saber quem é quem. Não que tenha sido um grande problema pra mim. Com a dor-de-cabeça que eu sentia, já nem me importava mais.

Nota: 4 (de dez)

(Escrita em 7 de agosto de 2007)







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