domingo, 22 de maio de 2011

O Maestro, O Cineasta





Renato Cordeiro


O mais importante colaborador que tive, eu o digo sem hesitar, foi Nino Rota
. A frase é de Federico Fellini, ao se referir ao compositor das trilhas sonoras dos maiores filmes do diretor italiano, a exemplo de Amacord, A Doce Vida e Oito e Meio. A declaração apenas reforça a importância da relação entre filmes e músicas, que remete à própria origem da sétima arte. Na época do cinema mudo, as salas de exibição contavam com músicos que embalavam as imagens em movimento. Com o tempo, a interação se tornou mais complexa, as trilhas foram reconhecidas como parte do que dá identidade a um longametragem, do mesmo modo que a montagem e a fotografia. Por isso mesmo, os compositores entraram para o grupo de profissionais de confiança dos cineastas, que delegaram aos primeiros a missão de criar temas capazes de realçar, sugerir e até embaralhar passagens da ação que se passa na telona.






Algumas parcerias entre cineastas e músicos parecem tornar as carreiras quase indissociáveis, como a dobradinha Steven Spielberg/John Williams, cuja sintonia deu o tom certeiro para partituras consagradas de Jurassic Park, E.T. e Indiana Jones, entre tantas outras obras. Reza a lenda que a tensa música de Tubarão permitiu uma assombrosa economia para os produtores do filme, por sugerir a presença do bicho, sem necessariamente mostrá-lo.







Vale citar ainda a prolífica colaboração entre Tim Burton e Danny Elfman, que deu origem a uma das trilhas preferidas deste cinéfilo, Snow Dance, de Edward Mãos de Tesoura. Winona Ryder sai de casa à procura do excêntrico hóspede vivido por Johnny Depp, quando se depara com o sujeito fazendo o acabamento de uma peça em gelo.








Por falar em cenas memoráveis com trilhas idem, é difícil pensar em Sergio Leone sem lembrar do maestro Ennio Morricone. Man With Harmonica é uma das melhores composições já feitas para um western, que não por acaso, embala o duelo final de um dos maiores westerns de todos os tempos, Era Uma Vez No Oeste. A sequência dura pouco mais de dois minutos, e é realizada em tom apoteótico, fechando com chave de ouro um filme espetacular, e também este post.










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