Return to the Batcave: The Misadventures of Adam and Burt (EUA, 2003). Direção de Paul A. Kaufman. Com Adam West, Burt Ward, Jack Brewer, Jason Marsden, Lyle Waggoner, Lee Meriwether, Frank Gorshin, Julie Newmar.
Renato Cordeiro
Quem não gostava da série sessentista de Batman e Robin dificilmente vai dar uma chance para Return to the Batcave. Uma pena, já que o longa feito para a TV consegue até alguma simpatia pelo tom de paródia e algumas boas gags, trazendo os atores Adam West e Burt Ward como eles mesmos, em uma trama cheia de referências à atração que marcou época.
Adam West e Burt Ward são convidados para comparecer ao leilão do batmóvel, que terá os recursos revertidos para uma instituição filantrópica. No meio do evento, o famoso veículo é roubado, dando início a uma busca pelo ladrão, que deixa pistas ligadas ao programa de TV. Na trama paralela, que se passa nos anos sessenta, a dupla é representada por Jack Brewer e Jason Marsden, escolhidos pelos próprios atores originais. O último, intérprete de Ward, tem uma performance cômica que lembra o sumido Rick Moranis, e se sai ainda melhor, graças às situações impagáveis causadas pela fantasia do Robin. A máscara diminuta limitava drasticamente o uso de dublês, e o short um tanto justo demais criou problemas constrangedores.
Os flashbacks, aliás, são o forte de Return to the Batcave, que aborda os bastidores da atração televisiva, incluindo o escândalo envolvendo uma suposta relação amorosa entre os dois atores. Quem assistia a série quando criança pode até se espantar com o tom confessional. Adam West é apresentado como um garanhão incorrigível que não prima pela inteligência, enquanto Burt Ward é um sujeito atrapalhado de bom coração, mas que não resiste às tentadoras fãs que fazem fila para tentar a sorte com a dupla dinâmica. Só faltou um pouco mais de coragem para abordar a famosa barriga avantajada de West.
Pena que o filme não tenha o mesmo desempenho na trama que se desenrola no "presente". Os atores estão bem à vontade como eles mesmos, a narração e a edição que remetem à série de TV funciona, mas a história vai perdendo força até chegar em um desfecho que exagera no tom pastelão e assume ares de mico coletivo. O problema de parodiar algo que já era uma paródia é justamente perder as estribeiras e pecar pelo excesso.
Nota: 5,0 (de dez)
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