sábado, 21 de agosto de 2010

O Clube do Filme

Renato

Saber dar presentes é uma arte. Eu ainda estava triste pela morte de Christopher Reeve quando, em pleno aniversário, recebi o box com os três filmes do Superman estrelados por ele - o quarto, todos sabem, não conta. Pensei que ninguém jamais acertaria tanto em uma escolha. Obviamente, um bom amigo meu tinha que me provar que eu estava errado.

O Clube do Filme é baseado em uma história real. David Gilmour - não o músico, mas o escritor - é um pai divorciado que não está nos melhores dias. Apresenta um programa televisivo sobre documentários que anda mal de audiência e não enxerga luz no fim do túnel. Para piorar, ele começa a ter medo de que o filho adolescente se distancie dele. Jesse está com problemas diversos e já não tem ânimo para frequentar a escola. Passa a impressão de que o vínculo com o pai se resume a quem paga as contas de quem. Gilmour resolve então fazer uma manobra arriscada. O jovem está autorizado a não voltar para a escola, mas em troca, terá de assistir três filmes por semana com o pai. "Essa é toda a educação que você terá", diz David. A grade de aulas é bem ampla: reúne desde clássicos como Interlúdio, de Hitchcock, até Instinto Selvagem, aquele da cruzada de pernas.

O livro cativa sobretudo pelo tom confessional do autor, que põe uma lupa sobre os próprios medos e frustrações, especialmeente quando o assunto em questão é a delicada relação com o filho. Gilmour procura equilibrar cumplicidade com autoridade, e por vezes um ou outro filme acaba servindo como parte de um diálogo que eles não conseguem estabelecer. No processo, os dois fazem uma breve viagem pela história do cinema, e a tornam parte da própria história.



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