quarta-feira, 18 de agosto de 2010

O Pequeno Nicolau


O Pequeno Nicolau (Le Petit Nicolas, França/Bélgica, 2009). Direção de Laurent Tirard. Com Maxime Godart, Kad Merad, Sandrine Kiberlain, François-Xavier Demaison, Michel Duchaussoy, Daniel Prévost, Michel Galabru.


Renato

Um filme centrado nas peripécias da infância não pode abrir mão da qualidade do elenco-mirim. Este é o ponto forte de O Pequeno Nicolau, longa baseado na obra homônima de René Goscinny. Crianças talentosas conseguem passar a alegria, inocência e até um pouco da maldade própria da idade.

O personagem título é um garoto que se envolve em uma sucessão de mal-entendidos, que o fazem acreditar que será substituído por um irmãozinho que estaria para chegar. Para não perder o lugar conquistado no coração da mãe, ele começa a criar as mais variadas estratégias para impedir a vinda do caçula, e vai contar com o apoio de um grupo de colegas para executar o plano. A história é toda apresentada pela perspectiva do protagonista e apesar de ter uma mensagem a passar, faz isso sem cair na pieguice. Inclusive, a comédia, apesar do tom infantil, não hesita em usar estereótipos diversos para fazer piadas. Os integrantes do clubinho dos meninos incluem o gordo guloso, o C.D.F. dedoduro, e o, digamos, aluno menos brilhante da classe.

Cada elemento e personagem da trama são apresentados na tradição de filmes como O Fabuloso Destino de Amélie Poulain e o recente Mary and Max. A comparação é inevitável, já que a cena inicial tem edição rápida, textos ágeis, um tanto de sarcasmo e música agradabilíssima. Mas o longa tem méritos próprios ao correr do lugar comum das representações infantis. Um jeito estranho de fazer humor, hoje em dia, é dar uma roupagem adulta às crianças, criando graça na contradição que tem casos famosos na TV. Já esta produção ganha força ao retratar os pequenos como são, e no processo, mostrar quanta personalidade em estado bruto está presente naquela fase.

Nota: 7,0 (de dez)



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