quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Arraste-Me Para o Inferno


Arraste-Me Para o Inferno (Drag Me to Hell, EUA, 2009) Direção de Sam Raimi. Com Alison Lohman, Justin Long, Jessica Lucas, Lorna Raver, David Paymer, Dileep Rao, Reggie Lee.


Renato Cordeiro

É bem verdade que Arraste-Me Para o Inferno está anos-luz à frente das asneiras do cinema de horror que vem ganhando os telões. Mas considerando o potencial do cineasta que sacudiu o gênero na primeira metade dos anos 80 e que conseguiu merecido respeito da crítica após Homem-Aranha 2, este novo filme de Sam Raimi fica devendo.

A trama tem foco em uma protagonista interessante, uma jovem bancária boazinha, pero no mucho. Ela deseja ganhar uma promoção, o que a leva a recusar um empréstimo para uma humilde senhora cigana que acaba se mostrando uma mistura de Baba Yaga com Chuck Norris. Para piorar, a velhinha entende de maldições, e faz com que a mocinha seja perseguida por demônios bem parecidos com aqueles da clássica trilogia Evil Dead, do mesmo diretor.

As semelhanças entre Arraste-me Para o Inferno e os três filmes estrelados por Bruce Campbell incluem ainda os enquadramentos alucinantes, o humor escatológico e até alguns elementos da trilha sonora. Até aí, seria o suficiente para garantir uma agradável sessão de cinema. Mas o cineasta Sam Raimi esqueceu (ou não se importou) com o fato de que, às vezes, é importante não entregar a compreensão total das cenas, de mão beijada, ao espectador. Ele investe, desde o começo do longa-metragem, em pequenas tomadas desnecessárias, que levam o espectador mais atento a antecipar diversos momentos da projeção - um problema particularmente indesejável em um filme de horror.


É um trabalho funcional, vale reconhecer. O diretor não perdeu o jeito e dosa bem os momentos de humor, além de ter bom domínio dos clichês do gênero, como os sustos favorecidos por rápidas intervenções da trilha sonora. Não são recursos dos mais originais, mas dão certo. Talvez essa nota aí embaixo seja mais um pequeno protesto de quem sabe que Sam Raimi tem muito mais a oferecer.

Nota: 6,0 (de dez)

(escrita em 16 de agosto de 2009)










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