sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Alice no País das Maravilhas


Alice no País das Maravilhas (Alice in Wonderland, USA, 2010). Direção: Tim Burton. Com Johnny Depp, Mia Wasikowska, Helena Bonham Carter, Anne Hathaway, e vozes de Michael Sheen, Stephen Fry, Alan Rickman.


Bee

Tim Burton é um diretor daqueles bem autorais mesmo. Seus filmes têm uma assinatura própria tão forte que é fácil identificar um filme dele mesmo que você não saiba que é dele. É só observar seus trabalhos mais famosos: Edward Mãos de Tesoura, Beetlejuice (Os fantasmas se divertem), O estranho Mundo de Jack, Noiva Cadáver, O remake da Fantástica Fábrica de Chocolate... Os elementos estão lá: Trilha sonora de Danny Elfman, uma direção de arte fascinante, filmes sombrios e fantásticos... E de preferência o Johnny Depp ou a Helena Bonham Carter ou ambos.

Alice não foge da fórmula de Tim, e justamente por isso, ao mesmo tempo em que nos proporciona um prazer visual e estético do nível de
Avatar (não por coincidência têm o mesmo diretor de arte), temos a impressão de que Alice não passa de mais do mesmo. É com pesar que constato isso: os últimos filmes de Burton não têm feito jus ao seu imenso talento. Pressões de mercado? Crise existencial? Fato é que, do mesmo jeito que Sweeney Todd, Alice é bonito, muito bonito, mas não tem aquele "quê" a mais de seus grandes filmes. Seu roteiro é mediano, e o filme transcorre sem grandes emoções, num tom morno que às vezes irrita um pouco. Ao contrário da maioria das críticas, não achei que a atuação da Mia Wasikowska tenha sido ruim, acho que a personagem - ou o roteiro - não ajudaram. Ou foi o Tim? Mistério.

O roteiro mistura elementos dos dois livros de Lewis Carrol, Alice no País das Maravilhas e Alice Através do Espelho. É interessante ver os elementos do País das Maravilhas em outro contexto, em um retorno de Alice a este mundo. Depp é um ator que realmente se sobressai, apesar de estar meio preso a personagens caricatos. Bonham Carter segue uma linha parecida, e não decepciona - sua rainha de copas é absolutamente fantástica. Há toques muito divertidos na história, e as ambientações são muito originais, como a corte da Rainha Branca, de uma Anne Hathaway competente.

No frigir dos ovos, Alice é um filme visual. Belíssimo, inclusive. A arte predomina sobre todo o resto, e é um filme que vale a pena ser visto, apesar dos seus pontos fracos. Como não assisti em 3D, não posso comentar.

Para assistir: Numa TV digital full HD de muitas polegadas, que provavelmente mostrará muito mais detalhes e beleza visual do que a tela de cinema. Com um baldão de pipoca e muitos amigos e crianças.

Frase do filme: Eu costumava fazer os chapéus da Rainha Branca, você sabe; a cabeça dela era tão pequena!



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