segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Os Abutres Têm Fome


Os Abutres Têm Fome (Two Mules for Sister Sara, EUA, México, 1970). Direção de Don Siegel. Com Clint Eastwood, Shirley MacLaine, Manuel Fábregas, Alberto Morin, Armando Silvestre.

A reunião de nomes tão estrelados do western poderia ter rendido um filme melhor. O longa conta com um dos maiores astros do gênero, Clint Eastwood e roteiro de Budd Boetticher, cineasta que entendia do riscado, além da direção de Don Siegel, para quem vale o mesmo comentário. Isso, fora o semideus Ennio Morricone na composição da trilha sonora. O descompasso entre potencial e resultado pode ser explicado, talvez, pela natureza do trabalho, que investe nos aspectos cômicos da interação do par central, com resultados aquém dos desejados.

A trama acompanha o mercenário Hogan, que em um golpe de sorte, salva a freira Sara de malfeitores. Ela tem muitas informações sobre o quartel que ele planeja invadir, o que motiva o improvável casal a seguir em uma jornada até o grupo de juaristas com quem pretendem executar o plano. O conflito sexista que se poderia esperar é sufocado pelo hábito vestido por Shirley McClane, atriz de beleza clássica que não consegue salvar a personagem de ser um tanto irritante em boa parte do longa. Não por acaso, os poucos e breves bons momentos entre os dois ocorrem quando a religiosa se destempera. De resto, o espectador pode ter risos ainda mais amarelos que a
escaldante paisagem fotografada com competência por Gabriel Figueroa.

A história reserva ainda uma reviravolta no terço final do filme, tardia a ponto de ser incapaz de tornar o conflito entre Hogan e Sara mais interessante. Já as sequências de ação, que poderiam redimir o trabalho, são mornas e não empolgam, apesar da numerosa quantidade de tiros e explosões. É possível encontrar mais tensão e gargalhadas no ataque de Jason Robards ao trem tomado por bandidos em
Era Uma Vez no Oeste do que em todo Os Abutres Têm Fome.

Nota: 5,0 (de dez)





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