quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte 2


Harry Potter e As Relíquias da Morte - Parte 2 (Harry Potter and the Deathly Hallows: Part 2, Reino Unido/EUA, 2011) Direção de David Yates. Com Daniel Radcliffe, Emma Watson, Rupert Grint, Helena Bonham Carter, Ralph Fiennes, Alan Rickman, Bonnie Wright, Tom Felton, Maggie Smith, Jim Broadbent, Matthew Lewis, Michael Gambon, Jason Isaacs, Warwick Davis, David Thewlis, John Hurt, Jim Broadbent, Emma Thompson, Robbie Coltrane, Gary Oldman.


Renato Cordeiro

O último filme da série protagonizada pelo já não tão jovem Harry Potter não perde muito tempo e carrega na ação. A estrutura narrativa até tenta seguir o modelo tradicional, com a apresentação do problema a ser resolvido, os desdobramentos e o clímax, quando diversos elementos da trama convergem para o desfecho. Mas o clímax parece responder por quase toda a duração da obra, servindo não ao filme em si, mas toda a cinessérie iniciada em 2001. Boa parte dos problemas do longa está relacionada a esta falta de independência dos predecessores, o que faz dele um espetáculo para fãs. Se por um lado este é um bom capítulo de desfecho, com tom épico e inevitável autorreferência, também é verdade que não passa muito disso.

Relíquias da Morte - Parte 2 tem um tom de gincana, uma corrida de Harry Potter e seus amigos atrás das chamadas horcruxes, poderosas peças místicas que são a fonte de poder do maligno Lorde Voldemort. A jornada leva o público a acompanhar uma longa batalha para defender a escola de Hogwarts, onde estão escondidos os artefatos. A tentativa de invasão promovida pela horda do inimigo, por si só, é muito longa, apesar de ser interrompida por algumas passagens que mais parecem intervalos para descansar o público. Felizmente, o
diretor David Yates, que comandou metade dos oito capítulos da cinessérie, demonstra segurança na condução do trabalho, realizando cenas que, apesar do volume de ação e efeitos especiais, em nenhum momento se mostram confusas. Cansam, é verdade, mas ao menos funcionam, assim como as partes de maior apelo sentimental, que cumprem com competência o dever de arrancar lágrimas dos fãs. Falando em lágrimas, a cena que revisita o passado de Severus Snape é o ponto de inflexão de Relíquias da Morte - Parte 2, fazendo o filme voltar a ter fôlego a partir das revelações sobre o bruxo sombrio.

Alguns detalhes se perdem na tela sem maiores e necessárias explicações, o que torna recomendável o conhecimento da obra de J. K. Rowling ou, para quem não tem paciência ou gosto pelos livros da escritora, a companhia de alguém que esteja por dentro da mitologia. Incomoda também o fato de que alguns personagens que conquistaram a simpatia do público ao longo da saga de Harry Potter acabem perecendo sem merecer maior atenção do roteiro, que se limita a apresentar corpos sem vida depois das batalhas. Os confrontos, por sinal, não são o forte do longametragem. Nenhum dos quatro diretores que passaram pela série conseguiu fazer dos duelos mágicos com varinhas algo interessante de se ver, o que limita o desempenho de algumas das cenas finais. No fim das contas, o forte deste filme fraco está no compromisso de emocionar quem vinha acompanhando, com euforia, cada capítulo das aventuras de Harry Potter, como fica explícito no simpático epílogo.

Nota: 5,0 (de dez)











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