sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Splice - A Nova Espécie


Splice - A Nova Espécie (Splice, Canadá/França/EUA, 2009) Direção de Vincenzo Natali. Com Sarah Polley, Adrien Brody, Delphine Chanéac, Brandon McGibbon, Simona Maicanescu, David Hewlett, Abigail Chu, Jonathan Payne.


Renato Cordeiro

Splice segue rigorosamente a cartilha science-fiction, que desde romances como Frankenstein aponta uma estrada que vai da ciência à perdição. Um casal de pesquisadores busca desenvolver uma nova espécie capaz de sintetizar uma substância com aplicações medicinais. Quando finalmente conseguem dar vida a uma criatura com parte de DNA humano, os problemas começam a fazer fila. A premissa não é inovadora, mas rende bons momentos ao longametragem.

O diretor Vincenzo Natali, o mesmo de O Cubo, cria uma atmosfera envolvente na primeira meia hora do filme, explorando bem o trabalho e as parafernálias tecnológicas dos profissionais. O par central, vivido por dois dos nomes mais interessantes da própria geração, está bem caracterizado em uma mecânica que tem algo de Gênese, da Bíblia. Sara Polley faz Elsa Kast, uma cientista ambiciosa que consegue influenciar o namorado, interpretado por Adrien Brody, a comer do fruto proibido. Em vez de morder a maçã, eles criam Dren, uma criatura por quem passam a se afeiçoar.

Assim como ocorre no clássico vitoriano de Mary Shelley, o filme também aborda o despreparo do ser humano em lidar com as consequências dos atos cometidos. A criatura é ressignificada, passa a ser a expressão das frustrações e incompletudes do casal. Mas lamentavelmente, o longametragem perde força à medida em que o drama sci-fi dá lugar ao suspense. É um caminho natural em obras do gênero, mas que em Splice ocorre de forma convencional e sem empolgar tanto.

Nota: 6,0 (de dez)











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