terça-feira, 23 de agosto de 2011

Um Novato Na Máfia


Um Novato Na Máfia (The Freshman, EUA, 1990) Direção de Andre Bergman. Com Matthew Broderick, Marlon Brando, Bruno Kirby, Penelope Ann Miller, Frank Whaley, Jon Polito, Paul Benedict, Richard Gant, Kenneth Welsh, Pamela Payton-Wright, B.D. Wong, Maximilian Schell, Bert Parks, Tex Konig.


Renato Cordeiro

Quem é saudosista e gosta do monumental O Poderoso Chefão deve dar uma chance a Um Novato Na Máfia. É uma comédia medíocre, pouco engraçada, de roteiro simplório, mas que traz o maior ator da história do cinema revisitando um dos maiores personagens que a sétima arte produziu. O diretor Andrew Bergman penou pra convencer Marlon Brando a participar do filme, e quando ele aceitou, teria demonstrado que dificilmente faria um mafioso diferente daquele que o consagrou na obraprima de Francis Ford Copolla. A solução então foi fazer do longametragem uma paródia, assumindo
Don Vito Corleone como um personagem inspirado em outro gângster, Carmine Sabatini. The Freshman, assim, é filme de uma piada só. Mas a piada é boa.

A trama gira em torno do personagem de Matthew Broderick, não por acaso, um rapaz que acaba de chegar à Nova York, onde vai estudar cinema. Dificuldades financeiras causadas por um trambiqueiro acabam levando o jovem a trabalhar para um misterioso homem conhecido como um "grande importador", o que, obviamente, significa que se trata de um mafioso dos grandes. Imediatamente, ele repara que está diante do próprio Vito Corleone, embora em nenhum momento este nome seja proferido. Um capanga avisa: "Ele é o verdadeiro, o original". Brando cumprimenta Broderick, dá uma coçadinha na orelha, estala a língua, não dá pra ver Carmine Sabatini, apenas Corleone. Pronto. O espectador está fisgado.

Um Novato Na Máfia costura várias referências dos filmes de Copolla. Na universidade, vemos os estudantes assistirem uma cena de O Poderoso Chefão - Parte 2. Em outro momento, Broderick segue Brando, enquanto caminha em uma rua, passando por uma banca de frutas que lembra, imediatamente, uma das cenas mais conhecidas da obra de 1972. Há outras referências à filmografia do veterano ator, como o nome do personagem de Broderick, Clark. No primeiro encontro dos dois, Sabatini o chama de "Kent". Em outra, afirmam que ele vem do Kansas.

O longametragem não oferece muito mais do que nostalgia aos amantes do cinema. A trama é uma bobagem com ares ambientalistas, tendo como pontos baixos quase todas as cenas nas quais Brando não está presente - e são muitas. A direção é convencional, do mesmo cineasta responsável por bombas que vale a pena esquecer. Mas Andrew Bergman conseguiu tirar Marlon Brando
da reclusão e fazê-lo se divertir enquanto matava as saudades do Vito. Isso tem que valer alguma coisa.

A nota abaixo, portanto, é passional.

Nota: 6,0 (de dez)










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