domingo, 21 de agosto de 2011

O Procurado


O Procurado (Wanted, EUA/Alemanha, 2008) Direção de Timur Bekmambetov. Com James McAvoy, Morgan Freeman, Angelina Jolie, Terence Stamp, Thomas Kretschmann, Common, Kristen Hager.


Renato Cordeiro

Ainda hoje, muito se critica a edição videoclipada que marcou o cinema de ação a partir dos anos 80. Em mãos de produtores como o famigerado Jerry Bruckheimer, o recurso por vezes torna-se mesmo irritante. Parece algo adotado para mascarar com a rápida profusão de imagens a parca qualidade de cada uma, coisa comum em tempos de cineastas desprovidos de estilo e que fazem rios de dinheiro nesse esquema. Mas na mão de um bom diretor, a ferramenta pode contribuir à experiência, em vez de destruí-la. E foi assim que o russo Timur Bekmambetov desembarcou em Hollywood injetando muita adrenalina na adaptação da história em quadrinhos de Mark Millar e J. G. Jones.

O Procurado é cinema de ação competente e bem-humorado, ainda que sem cérebro. A história de uma sociedade de assassinos com extraordinárias habilidades físicas rende cenas de pessoas atravessando janelas para pular em prédios vizinhos, balas percorrendo longos trajetos e fazendo curvas perfeitas, trens descarrilando e tiroteios espetaculares. Tudo bem funcional e feito de uma forma que lembra bastante
Guardiões da Noite e Guardiões do Dia, trabalhos anteriores que tornaram famoso o diretor. Outra ligação com a franquia dos vampiros russos é a presença do ator Konstantin Khabenskiy, que faz aqui um especialista em... ratos explosivos.

Apesar do pôster do filme insinuar o contrário, o filme não é centrado no personagem da chamariz Angelina Jolie, mas sim no pacato "gerente de contabilidade" vivido por James McAvoy. Ele vê a vida virar do avesso quando abordado por Jolie, que traz revelações sobre o pai do protagonista, um assassino da organização chamada Armas do Destino. Daí pra frente acompanhamos o duro treinamento pelo qual o mocinho vai passar, como forma de seguir os passos de uma figura parterna que jamais conheceu. Em paralelo, ele se desprende cada vez mais do entediante cotidiano pregresso, promovendo algumas situações cômicas no processo. Morgan Freeman fecha o elenco principal como o cabeça do grupo, interpretando sem esforço mais um sujeito do tipo mentor.

Nota: 7,0 (de dez)










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