segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Mickey Olhos Azuis


Mickey Olhos Azuis (Mickey Blue Eyes, Reino Unido/EUA, 1999) Direção de Kelly Makin. Com Hugh Grant, James Caan, Jeanne Tripplehorn, Burt Young, James Fox, Joe Viterelli, Gerry Becker, Maddie Corman, Tony Darrow, Paul Lazar, Vincent Pastore, Frank Pellegrino.


Renato Cordeiro

Boa parte das comédias sobre a máfia tem como protagonista alguém que nada tem a ver com o mundo do crime mas que, por um azar qualquer, acaba se envolvendo neste universo. Foi assim com o terapeuta de Máfia No Divã, o dentista de Meu Vizinho Mafioso, o engraxate de As Coisas Mudam e o universitário de Um Novato Na Máfia. Não surpreende que um papel como este tenha caído nas mãos de Hugh Grant, um especialista em tipos pacatos que se atrapalham quando a vida vira de pernas para o ar.

Com o mesmíssimo modus operandi que o consagrou em Quatro Casamentos e Um Funeral e Um Lugar Chamado Notting Hill, o inglês interpreta Michael, um leiloeiro de Nova York que busca convencer a namorada a casar. Ele acaba descobrindo que Gina até quer trocar alianças, mas teme ligá-lo a uma vida criminosa, já que o pai pertence à máfia. Michael jura de pé junto que o matrimônio não o fará entrar nos negócios da famiglia e consegue firmar o noivado, mas o casório fica em risco quando a galeria de arte onde trabalha passa a ser usada para lavagem de dinheiro dos gangsters.

O pai da garota é vivido por James Caan, o Sonny Corleone de O Poderoso Chefão. O veterano compõe Frank Vitale como alguém que leva a vida criminosa com naturalidade e uma certa discrição, tentando deixar à vontade o amedrontado futuro genro, o que gera um contraponto interessante entre os dois atores. Apesar de simpático, de fácil sorriso no rosto, Vitale não é uma flor de pessoa e se mostra capaz até de eliminar inocentes que testemunham as trapalhadas de Michael.


As melhores piadas incluem aquelas que fazem humor em cima das diferenças de sotaque entre os personagens, que levam o leiloeiro a escolher como lição de casa uma sessão de filmes como Os Bons Companheiros, de Scorsese, e O Poderoso Chefão, de Copolla. Mas o roteiro fraco deixa o filme nas mãos de Grant, que apesar do talento para a comédia, não consegue fazer com que Mickey Blues Eyes seja mais do que um passatempo esquecível. Contribuem para isto as soluções previsíveis do desfecho e algumas gags poucos inspiradas, como um brinquedo que emite frases inoportunas em meio a um momento de tensão.

Nota: 5,0 (de dez)










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