terça-feira, 16 de agosto de 2011

Mutações


Mutações (Mutants, França, 2009) Direção de David Morlet. Com Hélène de Fougerolles, Francis Renaud, Dida Diafat, Marie-Sohna Conde, Nicolas Briançon.


Renato Cordeiro

Mutações é um desses filmes que, apesar de não serem marcantes, funcionam minimamente bem por conta da atmosfera adequada e a qualidade das imagens que tomam a tela. A fotografia em tons frios não apenas acentua o gélido ambiente nevado onde a narrativa se desenvolve, como ainda cumpre bem o papel de realçar a angústia da protagonista de uma típica história de apocalipse zumbi.

Sonia e o Marco se abrigam em uma instalação abandonada onde ele mostra ter sido infectado e passa lentamente pelas dolorosas transformações que o tornarão um mortovivo. O drama de Sonia se agrava pela chegada de um grupo de sobreviventes que a hostiliza. É uma trama vista e revista em outras obras do gênero, mas bem contada pelas câmeras melancólicas do cineasta David Morlet.
Em uma cena, logo no início do filme, Sonia lava a ambulância onde estava um corpo ensanguentado. A câmera posicionada embaixo do veículo, na parte traseira, mostra a personagem na pista, de joelhos, acompanhando a água a escorrer para fora, caindo ao chão.

Embora consiga bons resultados na criação de uma atmosfera fria e claustrofóbica, o longametragem francês perde pontos em alguns momentos de ação, especialmente no desfecho, por causa da rápida edição de imagens. É também nessa parte que a trama se permite uma indulgência um tanto excessiva ao evidenciar a natureza de um dos personagens principais. Felizmente, são problemas menores, que ocorrem na parte final da obra de metragem econômica, de apenas 95min. Ou seja, quando Mutants começa a perder força, já está quase no fim, tendo cumprido a missão de entreter o espectador.

Nota: 6,0 (de dez)










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